Vigilancia de dados – Snowden acordou o mundo, mas foi só o começo…

Publicado em 15 agosto, 2017

Atualizado em 13 outubro, 2022 | Leitura: 2 min

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Depois que Edward Snowden (ex-agente da CIA) denunciou como as tecnologias de ponta eram usadas pelo governo dos EUA para capturar dados e manipular a economia e até as políticas mundiais, o uso da criptografia ponto a ponto se tornou uma exigência básica para qualquer comunicação “segura”.

O problema é que nas pontas, quando a informação chega ou sai do nosso dispositivo (smartphone, impressora, computador e até equipamentos de automação) tudo fica legível. Este é o novo alvo dos grandes predadores de informações sigilosas. Assim, o que estamos vendo aumentar são os vetores de ataque explorando falhas mais humanas do que tecnológicas. A chamada engenharia social virou uma das maiores pragas dos nossos tempos. Será inofensivo passar para a empresa de telefonia nossos dados? Passar nosso CPF para alguém que nos liga da operadora do nosso cartão de crédito? O que pensar então dos nossos novos assistentes virtuais que “entendem” o que falamos, como Siri (Apple), Alexia (Amazon), Google now (Google) ou Cortana (Microsoft) não são de arrepiar? Você já pensou que para que a gente possa ativar o celular por comando de voz ele precisa necessariamente estar “te ouvindo” o tempo todo?

Nem os brinquedos escapam de serem usados como vetores. Grandes potências estão em estado de alerta máximo! Como nos mostra o caso da boneca de brinquedo que fala com a criança, que foi proibida e banida da Alemanha pelo fato de o fabricante do software de reconhecimento de voz ser o mesmo que fabrica dispositivos de segurança para a indústria bélica russa. Nessa selva de informações, qualquer informação, por mais simples que pareça, pode ser de grande utilidade para engenharia social e pode ser utilizada de forma criminosa. Precisamos tomar mais cuidado, mudar nosso mindset, entender e aceitar que as automações trazem conforto, mas a vulnerabilidade vem como um item obrigatório, gratuitamente…

– Reflexões de Sérgio Baroukh e Amilton Justino, diretores da Insight